Só queria um cigarro.
Não sei se saio agora atrás de um
fornecedor, ou se banco o idiota escrevendo este texto.
Tentei
ligar para um amigo agora. Um amigo que, mesmo que não me entenda, gosta (será?)
de ouvir minhas noíces. Sabe o porquê
deu não parar de pensar naquele garoto? Pelo fato de que ele foi um passo
importante na minha vida, e as conseqüências e morais da história ainda estão
sendo digeridas por mim. Acho que encontrei o porquê de todos esses meus
desencontros da vida e de todas as vontades assassinas. A crítica. Sim, meu
amigo, a filosofia, essa maldita. Ela está me deixando louco! Esse criticar as
pessoas e coisas e amigos e namorados, essa história de me criticar, tudo isso
está a me deixar maluco. Mais uma vez, a teoria de que os ignorantes são mais
felizes e de que conhecimento é bomba acesa na mão está sendo provada.
Eu quero
ser especial, sabe. Lembro que quando criança pegava-me querendo adoecer. E me perguntava o porquê. Eu sabia, mas não
me permitia pensar nisso. Eu queria
atenção, e é esse meu mote de vida. Quero brilhar mais que sutiã de puta, ser
lembrado mais que o pai-nosso (ou o pai nosso); quero ser onipresente mais que
o Big Brother, ser rico mais que corrupto.
Porém, há
um problema enorme no meio das minhas vontades: uma pára-vontade. Na verdade, sou idiota. Sim. Além de
ambicioso, além de querer tudo mencionado, quero fazer o bem. Fazer coisas
boas, ser feliz com um monte de ONG’s e ter filhos importados da África.
Cheguei a
mais uma crítica conclusiva: Ainda sou adolescente. Mas... as coisas estão tão
diferentes de como eram. Eu estou... forte. Estou mais confiante na vida
“paresque”. Sinto-me muito vivo e espero a hora certa para fazer as coisas, mas
as farei, com certeza. Tenho uma enorme esperança que me deixa puro, e faz com
que eu esqueça todas as minhas vontades capitalistas. Envia-me para o meu
melhor sistema: o carpe dien. Vejo
árvores, rios, eu em uma bicicleta. Vejo vento. Ou melhor: sinto o vento. Mas
agora estou sufocado. Sem o vento. Na verdade, sem o ar.
Logo
desmaio. É o cigarro. Não, é a falta de esperança. Não, é a falta de dinheiro.
Não, é a falta de fé. Não, é a falta de ignorância.
Não!
É a falta,
e só ela.
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